“Pelas suas características, esta obra sempre me pareceu apresentar desafios complexos, alguns dos quais pude acompanhar durante a sua construção: um novo piso subterrâneo passaria a albergar o acervo do CNAD, com mais de 1400 peças; o antigo edifício mereceria um tratamento extremamente delicado e minucioso de restauro e conservação; e o novo edifício erguer-se-ia por 5 pisos acima do solo numa estrutura de betão, madeira, vidro, ferro e alumínio e uma dupla fachada com centenas de tampas de tambor.
Por outro lado, este renovado espaço prometia, à partida, revitalizar o centro da cidade: do ponto de vista arquitetónico, num diálogo com a sua história e a sua periferia, e, culturalmente, a partir da possibilidade de uma nova programação com imensas oportunidades.
Por fim, e talvez mais importante do que tudo, este edifício acaba por exprimir um momento de consolidação do artesanato cabo-verdiano e a emergência de uma nova força para o setor artístico e criativo.
Assim, ao longo do período em que documentei a obra de ampliação e requalificação do CNAD, procurei aproximar-me de um entendimento das suas dimensões tanto físicas como simbólicas (será que é isso a arquitetura?).”
Diogo Bento
© Diogo Bento
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